Nos últimos dias, nas redes sociais, tem sido abordada a alegada demolição de uma capela na Quinta do Morgadinho, em Elvas. Como se pode constatar, muitos dos autores de posts e comentários revelam não estar a par da realidade: a maior parte das pessoas emite opiniões, faz comentários e proclama vereditos com base em suposições.
Por outro lado, a proximidade das eleições autárquicas do próximo outono gera a necessidade de certos intervenientes dar nas vistas, como forma de marcar terreno e fazer prova de vida, a ponto de se sugerir que candidatos a órgãos autárquicos opinem sobre o assunto, para lá de se utilizar, fora de enquadramento, palavras como “crime” e “criminoso”.
A generalidade dos Elvenses reconhece, estamos em crer, que a Câmara Municipal de Elvas, nas últimas décadas, tem feito um trabalho notável na recuperação patrimonial da cidade, a ponto de uma entidade insuspeita nesta matéria, como a UNESCO, ter classificado de Património Mundial o que de mais bem conservado e único mantemos. Ainda, como foi tornado público nesta data, Elvas representa Portugal no projeto-piloto internacional UNESCO sobre os indicadores temáticos para a Cultura, que envolve mais cinco países. Assim, lamentamos que textos desta natureza, em especial se lidos por pessoas que não conheçam bem a realidade elvense, possam colocar em cheque a referida classificação de Património da Humanidade.
Centrando-nos no referido caso da Quinta do Morgadinho, compete à Câmara Municipal de Elvas referir que: – a capela referida mantém-se em ruínas há mais de uma década, tendo de há muito desabado a sua cobertura; – algumas das fotografias a circular nas redes sociais não foram obtidas nos últimos anos; – falar em demolição da capela com elementos patrimoniais relevantes é falso, pois o teto e a cobertura já tinham caído; – à data da aquisição da quinta pelo atual proprietário, a construção apontada já se encontrava em ruínas; – e as demolições em curso, para construir uma unidade hoteleira, não atingiram qualquer património protegido, classificado ou em vias de classificação.
Sobre este tema, a Câmara Municipal de Elvas deseja que este alarme social, os seus orquestradores e indefetíveis seguidores não belisquem a classificação de Património Mundial da Cidade-Quartel de Elvas e suas Fortificações, sobre a qual assenta a economia do concelho e em especial a vertente turística, nem arrefeçam o entusiasmo deste e de outros investidores, criadores de projetos e novos postos de trabalho na cidade e no concelho.
Por fim, aos Elvenses, em especial aos que firmemente amam a sua terra, a Câmara Municipal solicita a consciência que, mesmo em momentos ou períodos de aperto, não vale tudo. Em especial, não vale colocar a calúnia acima da nossa Elvas.
Elvas, 21 de maio de 2021.
Câmara Municipal de Elvas
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